sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

UM DIA DE VARANDA

Desorganizada, bem humorada, prestativa e atenta aos detalhes, Pâmela segue a vida lendo, e com seus olhos claros profundos observa o que segue à frente de sua janela.
São quase sete horas da manhã e eu já não consigo dormir. Ponho os óculos, e a preguiça não me deixa fazer um café, então caminho até a varanda e me deparo com o horizonte azul, claro e distante.
De repente, não mais que de repente,  avisto ao longe a definição da beleza masculina.
Ele usa seus musculos com uma calma energia; avança. Certamente não suspeita que uma desconhecida o vê e o admira porque ele está nadando na praia deserta. Não sei de onde vem essa adimiração, mas encontro nesse homem uma nobreza calma, sinto-me solidaria com ele, acompanho seu esforço solitário como se ele estivesse cumprindo uma bela missão.
Já nadou em minha presença uns trezentos metros; antes, nao sei; duas vezes o perdi de vista, quando ele passou atrás dass arvores, mas esperei com toda confiança que reaparecesse sua cabeça e o movimento alternado de seus braços. Mais uns cinquenta ou sessenta metros, e o perderei de vista, pois um telhado o esconderá.
Que ele nade bem esses cinquenta ou sessenta metros; isto me parece importante; é preciso que conserve a mesma batida de sua braçada, e que eu o veja desaparecer assim com o vi aparecer, no mesmo rumo, no mesmo ritmo, forte, lento, sereno. Será perfeito; a imagem desse homem me fez bem...
E quando o perco de vista, triste percebo que já são 11 horas e o almoço ainda a fazer. A campainha toca e a sempre pontual Indiamara chega com seus calmos olhos verdes e seus longos cabelos negros, usando um leve vestido azul e a sempre brilhante aliança dourada na mão direita, não me deixa esquecer que NECESSITO arrumar um namorado.
Após meu devaneio,  fomos juntas fazer uma deliciosa lasanha de carne, a qual todas apreciam. Novamente a campainha toca e chega Jaqueline com seus lindos olhos delineados e com um bronzeado adimiravel. Com seu jeito meigo de ser agradece o convite e mais duas mãos se juntam no preparo do almoço.
Quando Mariana chega, atrazada pelo onibus, noto que está novamente de preto e laranja. Também observo que cresceu mais uns centimetros, diferente de Jaque e Indi que continuam no mesmo patamar. Enquanto Mari prende seus cabelos curtos, encaracolados e escuros, colocamos a mesa.
Após minhas rizaadas incontroláveis e um almoço delicioso, elas se vão e eu volto para a solidão.
Na varanda, volto a admirar a praia à procura daquele homem...


Texto: Idiamara, Jaqueline, Mariana e Pâmela - Uma aula de Metodologia Visual (Silvia Teske)

Nenhum comentário:

Postar um comentário